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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Trabalhos do Olhar

Escrevo-te a 
sentir tudo isto...e num instante de maior lucidez 
poderia ser o rioas cabras escondendo o delicado 
tilintar dos guizosnos sais de prata da 
fotografiapoderia erguer-me como o castanheiro dos 
contossussurrados junto ao fogoe deambular trémulo com as 
avesou acompanhar a sulfurica borboleta 
revelando-sena saliva dos lábiospoderia imitar aquele 
pastorou confundir-me com o sonho de cidadeque a 
poucoe pouco morde a sua 
imobilidade........habito neste país de água por enganosão-me 
necessárias imagens , radiografias de ossosrostos 
desfocadosmãos sobre corpos impressos no papel e nos 
espelhosrepara.....nada mais possuoa não ser este recado que hoje 
segue manchadode finos bagos de 
romãrepara....como o coração de papel amareleceu no 
esquecimentode te amar..... 

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